terça-feira, 24 de setembro de 2019

Anjos - O Rappa




Anjos - O Rappa

Ô Lord, ô Lord, ô Lord, ôô
Lord, Lord, Lord, Lord, Lord, Lord
Ô Lord, ô Lord, ô Lord, ô Lord, ô Lord
Lord, Lord, Lord, Lord, Lord

Em algum lugar, pra relaxar
Eu vou pedir pros anjos cantarem por mim
Pra quem tem fé
A vida nunca tem fim
Não tem fim
É

Se você não aceita o conselho, te respeito
Resolveu seguir, ir atrás, cara e coragem
Só que você sai em desvantagem se você não tem fé
Se você não tem fé

Te mostro um trecho, uma passagem de um livro antigo
Pra te provar e mostrar que a vida é linda
Dura, sofrida, carente em qualquer continente
Mas boa de se viver em qualquer lugar
É

Volte a brilhar, volte a brilhar
Um vinho, um pão e uma reza
Uma lua e um sol, sua vida, portas abertas

Em algum lugar, pra relaxar
Eu vou pedir pros anjos cantarem por mim
Pra quem tem fé
A vida nunca tem fim
Não tem fim

Em algum lugar, pra relaxar
Eu vou pedir pros anjos cantarem por mim
Pra quem tem fé
A vida nunca tem fim

Ô Lord, ô Lord, ô Lord, ôô
Lord, Lord, Lord, Lord... Lord, Lord
Ô Lord, ô Lord, ô Lord, ô Lord, ô Lord
Lord, Lord, Lord, Lord... Lord

Mostro um trecho, uma passagem de um livro antigo
Pra te provar e mostrar que a vida é linda
Dura, sofrida, carente em qualquer continente
Mas boa de se viver em qualquer lugar

Podem até gritar, gritar
Podem até barulho, então, fazer
Ninguém vai te escutar se não tem fé
Ninguém mais vai te ver

Inclinar seu olhar sobre nós e cuidar
Inclinar seu olhar sobre nós e cuidar
Inclinar seu olhar sobre nós e cuidar
Inclinar seu olhar sobre nós e cuidar

Pra você pode ser

Em algum lugar, pra relaxar
Eu vou pedir pros anjos cantarem por mim
Pra quem tem fé
A vida nunca tem fim

Pra você pode ser
Pode ser
Pra você pode ser

Nunca tem fim
Nunca tem fim
Nunca tem fim

Ô Lord, ô Lord, ô Lord, ô Lord, ô Lord

Em algum lugar, pra relaxar
Eu vou pedir pros anjos cantarem por mim
Pra quem tem fé
A vida nunca tem fim

Em algum lugar, pra relaxar
Eu vou pedir pros anjos cantarem por mim
Pra quem tem, tem fé, fé, fé
A vida nunca tem fim

A fé na vitória tem que ser inabalável

Pra você pode ser
Pra você pode ser
Pra você pode ser

Em algum lugar, pra relaxar
Eu vou pedir pros anjos cantarem por mim
Pra quem tem fé
A vida nunca tem fim
Não tem fim

O Que Sobrou do Céu - O Rappa





O Que Sobrou do Céu - O Rappa

O, la lá, o la lá, ê ah
O, la lá, o la lá, ê ê
O, la lá, o la lá, ê ê ah
O, la lá, o la lá, ê ê
Faltou luz mas era dia, o sol invadiu a sala
Fez da TV um espelho refletindo o que a gente esquecia
Faltou luz mas era dia... di-ia
Faltou luz mas era dia, dia, dia
O som das crianças brincando nas ruas
Como se fosse um quintal
A cerveja gelada na esquina
Como se espantasse o mal
O chá pra curar esta azia
Um bom chá pra curar esta azia
Todas as ciências de baixa tecnologia
Todas as cores escondidas nas nuvens da rotina
Pra gente ver... por entre prédios e nós...
Pra gente ver... o que sobrou do céu... o la lá

Vapor Barato - O Rappa



Vapor Barato - O Rappa

Uauau! Uauauauau!
Uauau! Uauauauau!

Sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que eu não acredito mais em você
Com minhas calças vermelhas
Meu casaco de general
Cheio de anéis
Eu vou descendo por todas as ruas

E vou tomar aquele velho navio
E vou tomar aquele velho navio
Aquele velho navio

Eu não preciso de muito dinheiro
Graças a Deus!
E não me importa
E não me importa não

A minha Honey Baby!
Baby! Baby!
Honey Baby
Oh! Minha Honey Baby!
Baby! Baby!
Honey Baby

Sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que eu estou indo embora
Talvez eu volte
Um dia eu volto, quem sabe
Mas eu preciso, eu preciso esquecê-la

A minha grande
A minha pequena
A minha imensa obsessão
A minha grande obsessão

A minha Honey Baby!
Baby! Baby!
Honey Baby
Oh! Minha Honey Baby!
Baby! Baby!
Honey Baby

Uauau! Uauauauau!
Uauau! Uauauauau!
Uauau! Uauauauau!
Uauau! Uauauauau!

Sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que eu não acredito mais em você
Com minhas calças vermelhas
Meu casaco de general
Cheio de anéis
Eu vou descendo por todas as ruas

E vou tomar aquele velho navio
E vou tomar aquele velho navio
Aquele velho navio

Eu não preciso de muito dinheiro
Graças a Deus!
E não me importa
E não me importa, não

A minha Honey Baby!
Baby! Baby!
Honey Baby
Oh! Minha Honey Baby!
Baby! Baby!
Honey Baby

Uauau! Uauauauau!
Uauau! Uauauauau!
Uauau! Uauauauau!
Uauau! Uauauauau!

Mar de Gente - O Rappa



Mar de Gente - O Rappa

Aiôa ê ê, Aiôa é! Aiôa ê ê, Aiôa é! Aiôa ê ê, Aiôa ôa! Aiôa ê ê, Aiôa é! Brindo à casa Brindo à vida Meus amores Minha família Brindo à casa Brindo à vida Meus amores Minha família Atirei-me ao mar Mar de gente onde Eu mergulho sem receio Mar de gente onde Eu me sinto por inteiro Eu acordo com uma Ressaca guerra Explode na cabeça E eu me rendo A um milagroso dia Essa é a luz Que eu preciso Luz que ilumina Cria e nos dá juízo Êh! Êh! Êh! Êh! Essa é a luz Que eu preciso Luz que ilumina Cria e nos dá juízo Luz que ilumina Cria e nos dá juízo Voltar com a maré Sem se distrair Tristeza e pesar Sem se entregar Mal, mal vai passar Mal vou me abalar Mal, mal vai passar Mal vou me abalar Esperando verdades De criança Um momento bom como Voltar com a maré Sem se distrair Navegar é preciso senão A rotina te cansa Tristeza e pesar Sem se entregar Aiôa ê ê, Aiôa é! Aiôa ê ê, Aiôa é! Aiôa ê ê, Aiôa é! Aiôa ê ê, Aiôa é! Interesses na Babilônia Viram nevoeiro Poços em chamas Tiram proveito Passa, passa, passa Passa, passa Passageiro A arte ainda Se mostra primeiro Uma onda segue a outra Assim o mar olha pro mundo Assim o mar olha pro mundo Eh! Brindo à casa Brindo à vida Meus amores Minha família Brindo à casa Brindo à vida Meus amores Minha família Eh! Atirei-me ao mar Mar de gente onde Eu mergulho sem receio Mar de gente onde Eu me sinto por inteiro Eu acordo com uma Ressaca guerra Explode na cabeça Eu me rendo Mais um milagroso dia Essa é a luz Que eu preciso Luz que ilumina Cria e nos dá juízo Essa é a luz Que eu preciso Luz que ilumina Cria e nos dá juízo Luz que ilumina Cria e nos dá juízo Voltar com a maré Sem se distrair Tristeza e pesar Sem se entregar Mal, mal vai passar Mal vou me abalar Mal, mal vai passar Mal vou me abalar Esperando verdades De criança Um momento bom como Voltar com a maré Sem se distrair Navegar é preciso se não A rotina te cansa Tristeza e pesar Sem se entregar

Céu Azul - Jaloo e Mc Tha




Céu Azul - Jaloo e Mc Tha


Hoje eu que finjo que você não existe
Se soubesse de onde eu vim, não me sorria
No oposto do sol encontrei o meu posto 
E te queimei com meus raios em grande quantia
Que engraçado que me olha assim

Com cara enjoada de fotografia
Agora que sabe, tem medo de mim
Mas no seu lugar eu também teria
Queria escrever uma bela canção

Mas faltou caneta, faltou papel
Tudo que eu tinha era papel de pão
E um único blues, o pedaço de céu
Adeus, céu azul

Mundo em descomunhão
Eu vou pra essa cidade
Pra perto do tal do ego bom
Adeus, adeus céu azul
Não rasga a pele
Fere o coração
Me dê intimidade
Pra deitar e sonhar no teu chão
Se soubesse de onde eu vim, não me sorria
No oposto do sol encontrei o meu posto
E te queimei com meus raios em grande quantia
Que engraçado que me olha assim

Com cara enjoada de fotografia
Agora que sabe, tem medo de mim
Mas no seu lugar eu também teria
Queria escrever uma bela canção
Mas faltou caneta, faltou papel
Tudo que eu tinha era papel de pão
E um único blues, o pedaço de céu
Adeus, céu azul

Mundo em descomunhão
Eu vou pra essa cidade
Pra perto do tal do ego bom
Adeus, adeus céu azul

Não rasga a pele
Fere o coração
Me dê, me dê intimidade
Pra deitar e sonhar no teu chão
Vou avisar aos cachorros da rua
Que a minha ferida crua é melhor não lamber
Vou avisar
Vou avisar aos cachorros da rua
Que pro povo pobre, a vingança pode ser mel e prazer

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Um pouco de ortoépia e de prosódia(Fonologia)

A ortoépia (do grego orthós, correto + hepós, fala) ocupa-se do estudo da boa pronúncia das palavras no ato da fala, de acordo com a norma padrão.


Preceitua a correta emissão das vogais e grupos vocálicos, pronunciando-os com nitidez sem acrescentar, subtrair ou alterar fonemas:

queijo:  que-i-jo  (e não quêju)
meteorologia:  me-te-o-ro-lo-gi-a   (e não meterologia ou metereologia)


Também preceitua a articulação correta e nítida dos fonemas consonantais:
mulher: mu-lher  (e não mulhé)
pastor: pas-tor (com r final de sílaba velar ou alveolar)
companhia: com-pa-nhi-a (e não compania)
mesmo: mez-mo (e não meçmo)
obter: ob-ter (e não obiter)


Também preceitua a correta e adequada ligação das palavras na frase:
No início da escalada, encontramos um túnel escuro, que atravessamos correndo.


A prosódia, por sua vez, tem por objeto a exata acentuação tônica das palavras. A inadequação (pronúncia não padrão) da tonicidade é conhecido por silabada.

Abaixo, uma lista de palavras comumente pronunciadas fora do padrão:


 
         Pronúncia "inadequada"         
         Pronúncia "adequada"         
gratuítogratúito
fluído (subs)flúido (subs)
estóraestoura
distingüirdistinguir
alméjoalmêjo
colméiacolmêia
clipsclipe
tóchico tócsico
EfigêniaIfigênia
júnioresjuniôres
pósapousa
récorderecórde
róbo, róbam...roubo, roubam...
rúbricarubríca
catétercatetér
rúimruím
côndorcondôr
místermistér
NóbelNobél
uréteruretér
Ambrósia = plantaambrosía = manjar dos deuses
filântropofilantrôpo
misântropomisantrôpo
arquetípoarquétipo
obcéquioobzéquio
pósa (verbo pousar)pousa
tiróidetireóide

Tonicidade e divisão silábica (Fonologia)

Classificação das palavras quanto ao número de sílabas:

monossílabas: uma só sílaba:
pó, pão, boi, é, etc.

dissílabas: as que têm duas sílabas:
café, livro, roer, etc.

trissílabas: as constituídas de três sílabas:
jogador, cabeça, ouvido, etc.

polissílabas: as que têm quatro ou mais sílabas:
casamento, americano, responsabilidade, etc.


*Alguns dissílabos não devem ser partidos em fim de linha (translineação) para que uma letra não fique isolada no fim ou no início da linha:
ato, rua, joia, unha...



Nos vocábulos de duas ou mais sílabas há, em geral, uma que se destaca por ser proferida com mais intensidade: é a sílaba tônica. Nela recai o acento tônico, também chamado de acento de intensidade ou prosódico.

*O acento tônico é um fato fonético e não deve ser confundido com o acento gráfico que às vezes o assinala.


Certos vocábulos derivados, geralmente polissílabos, possuem uma sílaba subtônica, com acento secundário:
caFEzinho      INdiazinha    RApidamente

As sílabas que não são tônicas nem subtônicas são átonas, podendo ser pretônicas ou postônicas, dependendo de sua posição em relação às tônicas:

MON             TA               NHA
átona           tônica             átona

FA                     CIL               MEN               TE
subtônica       pretônica         tônica           postônica




Classificação das palavras quanto ao acento tônico:

oxítonas: sílaba tônica é a última:
café   rapaz   escritor   maracujá

paroxítonas: sílaba tônica é a penúltima:
mesa   lápis    montanha     imensidade

proparoxítonas: sílaba tônica é a antepenúltima:
árvore    quilômetro    México   pré-histórico



Palavras monossilábicas podem ser tônicas (com autonomia fonética) ou átonas (sem essa autonomia), conforme a intensidade com que se proferem:

Tônicas: "Pálido, o Sol do céu se despedia." (Olavo Billac)
Átonas: "Este céu que me leva ao fim de tudo..." (Dante Milano)


As átonas são vazias de sentido: artigos, pronomes oblíquos, preposições, conjunções...


Quando os monossílabos átonos se apoiam, foneticamente, na palavra anterior, tem-se ênclise, e os monossílabos são enclíticos:

João arrependeu-se do que fez.


Quando se apoiam na palavra seguinte há próclise e os monossílabos são chamados de proclíticos:

João se arrependeu do que fez.


Há monossílabos que são tônicos em umas frases e átonos em outras:
Assim não! (tônico)    x     Não posso ir. (átono)
Há sempre um mas para atrapalhar. (tônico)    x   Eu sei, mas não digo. (átono)



Os vocábulos rizotônicos (do grego riza, raiz) são aqueles cujo acento tônico incide no radical. Os que têm o acento tônico depois do radical são arrizotônicos.

EscrevEscreves   Escreva               formas rizotônicas
Escrev  Escreverá    Escrevendo      formas arrizotônicas


Sentimentos fortes ou ênfase podem levar o falante a emitir a sílaba tônica ou primeira sílaba em algumas palavras com intensidade e duração além do normal. É o acento de insistência ou acento enfático. Nem sempre coincide com a sílaba tônica da palavra!

Foi uma noite maaaravilhosa!
João não distinguia eminente de iminente.


















sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Dígrafos (Fonologia)

Dígrafo é o grupo de duas letras que representam um só fonema:


Podem representar consoantes:

  • ch: chave 
  • lh: pilha
  • nh: banho
  • rr: barro
  • ss: passo
  • gu (antes de e ou i): guerra
  • qu (antes de e ou i): leque
  • sc (antes de e ou i): piscina 
  • (antes de a ou o): desça
  • xc (antes de e ou i): excitar

Podem representar vogais nasais:

  • am: tampa
  • em: tempo
  • im: limpo
  • om: ombro
  • um: jejum
  • an: santa
  • en: venda
  • in: linda
  • on: sonda
  • un: mundo

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Classificação dos fonemas (Fonologia)

Vogais, semivogais e consoantes


Vogais:
São fonemas sonoros, ou sons laríngeos, que passando pela boca entreaberta chegam livremente ao exterior: a, é, ê, i, ó, ô, u.


Semivogais:
São os fonemas /i/ e /u/ átonos que se unem a uma vogal, formando com esta uma só sílaba.


Consoantes:
São ruídos provenientes da resistência que os órgãos bucais opõem à corrente de ar.



No português a vogal é o elemento básico, suficiente e indispensável para formar a sílaba!





Classificação das vogais:


De acordo com a zona de articulação:
  • média: a (ave)
  • anteriores: é, ê, i (fé, vê, vi)
  • posteriores: ó, ô, u (nó, avô, tatu)

De acordo com o papel das cavidades bucal e nasal:
  • orais: a, é, ê, i, ó, ô, i (ato, sé, vê, vi, só, fogo, uva)
  • nasais: ã, ~e, ĩ, õ, ũ

De acordo com a intensidade (tonicidade):
  • tônicas: pá, até, gelo, tupi, dó, globo, luz
  • subtônicas: arvorezinha, cafezinho, esplendidamente, somente, comodamente
  • átonas: ela, mole, lição, lado, lugar, órfã, lençol

De acordo com o timbre:
  • abertas: a, é, ó (lá, pé, pó)
  • fechadas: ê, ô, i, u e todas as nasais (vê, amor, vi, cru, sã, lenda, minto)
  • reduzidas: vogais átonas orais ou nasais (vela, vale, vital, sapo, unido, andei, então)



Classificação das consoantes:


De acordo com o modo de articulação:

  • (constritiva) fricativas: o ar sai roçando as paredes da boca estreitada: f, v, ç, s, z, x, j
  • (constritiva) vibrantes: o ar produz movimento vibratório: r brando e rr forte (múltiplo)
  • (constritiva) laterais: o ar sai pelas fendas laterais da boca: l, lh
  • oclusivas: interrupção da corrente de ar é total: p, b, t, d, c, q (k), g

De acordo com o ponto de articulação:
  • bilabiais: articulada nos lábios: p, b, m
  • labiodentais: articulada com lábios e dentes: f, v
  • linguodentais: língua e dentes: t, d
  • alveolares: língua e alvéolos: s, c (=ç), z, l, r (brando), r (forte), n
  • palatais: dorso da língua e palato duro ("céu da boca"): j, g (=j), x, lh, nh
  • velares: parte posterior da língua e véu palatino (palato mole): c (k), q, g
São homorgânicas as consoantes produzidas pelos mesmos órgãos e modo de articulação (diferenciando-se apenas pela vibração das cordas vocais): p-b, t-d, s-z, c(k)-g


De acordo com o uso das cordas vocais:
  • surdas: se a corrente de ar não puser as cordas para vibrar (s,t,c..)
  • sonoras: se a corrente de ar puser as cordas para vibrar (z, d, g...)

Pela função das cavidades bucal e nasal:
  • orais: se o ar sai exclusivamente pela boca
  • nasais: se o ar sai também pelo nariz (há abaixamento da úvula): m, n, nh

* m e n só são consoantes no começo das sílabas (mato, remo, sino). Em final de sílabas são sinais de nasalização da vogal ou ditongo anterior (campo, tempo, conde, fundo, anta, lindo)  




terça-feira, 13 de agosto de 2019

A fala e a escrita

A fala e a escrita constituem duas modalidades de uso da língua. Embora se utilizem, evidentemente, do mesmo sistema linguístico, elas possuem características próprias.

Existem textos escritos para serem falados, e textos falados que são escritos.

As diferenças entre fala e escrita se dão dentro dum continuum tipológico das práticas sociais e não da relação dicotômica de dois pólos opostos. (Marcuschi, 1995)

O texto falado, ao contrário do que se pensava antes, não é caótico, desestruturado. Apenas tem características próprias. O texto escrito pode ser refeito, revisado, melhorado. O falado, na maioria das vezes, é criado espontaneamente, de improviso.






















segunda-feira, 29 de julho de 2019

Encontros consonantais (Fonologia)

Encontros consonantais descontínuos, disjuntos ou separáveis:
Cada consoante em uma sílaba

poste:    p   o   s ǁ  t   e

carpa:   c   a   r  ǁ  p   a


Encontros consonantais contínuos, reais, perfeitos ou inseparáveis:
Consoantes juntas na mesma sílaba

prata:    p   r   a  ǁ  t   a

atlas:    a  ǁ  t   l   a   s

Encontros vocálicos (Fonologia)

Encontros vocálicos (orais ou nasais):


Ditongo crescente:
Semivogal + vogal na mesma sílaba

série  :      r   i    e
                    sv  v

quanto:    k   u   ã
                    sv  v


Ditongo decrescente:
Vogal + semivogal na mesma sílaba

mau:      m   a   u
                    v  sv

bem:     b  ~e  i
                  v   sv


Tritongo:
semivogal + vogal + semivogal na mesma sílaba

quão:     k   u   ã   u
                  sv  v   sv

quais:   k   u   a   i   s
                 sv  v  sv


Hiato:
vogal + vogal (sílabas diferentes, pois só há uma vogal em cada sílaba do português!)

saí:   s   a   í
             v   v

baús:   b   a   ú   s
                v   v

sexta-feira, 26 de julho de 2019

O Realismo (Literatura)

Em Portugal:

 Início: 1865 com a Questão Coimbrã



A época do Realismo em Portugal inicia-se em 1865, com a "Questão Coimbrã", deflagrada pelo posfácio de Castilho ao Poema da Mocidade, de Pinheiro Chagas, no qual proclamava acerbas restrições aos estudantes de Coimbra adeptos da Ideia Nova. E esmorece por volta de 1890, quando Eugênio de Castro, publicando Oaristos, desencadeia o aparecimento da estética simbolista. Numa visão mais profunda dos fatos, percebe-se que a instalação do Simbolismo não obstou para que o ideário realista permanecesse atuante pelo menos até 1915. Durante o seu fastígio, o Realismo em Portugal deu origem à única geração literária que merece esse nome além-Atlântico. E afora única notabilizou-se por reunir uma plêiade de homens superiores e talentosos como jamais houve antes ou depois na história da Literatura Portuguesa (Moisés, 1999).  

Questão Coimbrã: 1865
Conferências do Casino: 1871
O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queiroz: 1875 (Litrento, 1978, p.142)


As ideias propostas pela burguesia, como o liberalismo e a democracia, começam a se firmar de vez.

Da França para o resto da Europa...

A Europa passa por inúmeras transformações e as conquistas advindas da Revolução Industrial, como o aço, petróleo e a eletricidade contribuíam para essas mudanças. Em Portugal o movimento tem vida curta e dura por volta de 25 anos.

Assim o romantismo perde cada vez mais seu espaço e inicia-se a época da cientificidade e, na literatura, uma escrita objetiva.

Vale ressaltar que o realismo não só foi moldado como uma importante escola e períodos da história da literatura, mas também foi uma constante de toda a literatura, a sua primeira formulação teórica foi o princípio da mimesis na Poética de Aristóteles. Em geral, os realistas retratavam temas e situações em contextos contemporâneos do cotidiano, e tentaram descrever indivíduos de todas as classes sociais de uma maneira similar.idealismo clássico, o emocionalismo romântico e drama foram evitados de forma igual, e muitas vezes os sórdidos ou não cuidados elementos de temas não foram suavizados ou omitidos. O realismo social enfatiza a representação da classe trabalhadora, e os tratam com a mesma seriedade que as outras classes de arte, mas o realismo, como prevenção a artificialidade, no tratamento das relações humanas e as emoções também eram um objetivo do Realismo. 

Opondo-se ao Romantismo, o Realismo logo permitiu que a cientificidade influenciasse o intelectualismo e as artes. Para esse período, o Romantismo era desprovido de ligação com a realidade, sendo apenas um desejo por um mundo inatingível, que em nada contribuía para melhorias sociais. 

A vida comum tinha grande valor para o escritor realista, que a buscava representar literariamente do modo mais próximo possível da realidade. A linguagem, deixando de ser hiperbólica, também se torna mais próxima da realidade.

As falhas humanas e sua natureza má eram igualmente fundamentais para essa época. Também o modo de representar a mulher deixou de ser idealizado. A adúltera, a pobre, a pecadora, eram temas constantes para o escritor realista. 

[...] a maneira de apresentar os fatos como são observados, objetivamente, sem a interferência idealista de quem os vê, foi penetrando nas artes em geral, de forma gradativa, impondo um distanciamento dos moldes românticos (Luft, 1990, p. 574)

De tão determinados na luta pelos ideais, os da Geração de 70 foram perseguidos e tiveram suas publicações restritas. As novas ideias tinham por base o liberalismo e a construção de um novo tipo de sociedade, na qual a democracia seria o princípio básico.


"A historiografia acompanha de perto o florescimento intelectual que se observa na época do Realismo. Um pouco na esteira de Herculano, um pouco refletindo a evolução das modernas correntes do pensamento historiográfico, a atividade neste terreno é assinalada por uma série de obras escritas com precisão e rigor científicos, não raro convocando para a interpretação o apoio da Economia, da Política etc." (Moisés, 1999, p.382)

A Geração de 70 foi responsável por grande tomada de consciência em relação à necessidade de construção de novos modelos políticos e econômicos, e nesse período, graças às profundas transformações, o liberalismo em Portugal foi difundido.

Entra em declínio com o surgimento do Parnasianismo.

Principais características:


  • Veracidade - Os fatos buscam se aproximar da realidade e não de uma idealização dela.

  • Engajamento social: Desejo de promover mudanças sociais, mas para isso, precisava de escrita com marcas profundas da realidade, com um real diagnóstico do mundo externo. A preocupação com as relações de domínio social são temas recorrentes.

  • Ataque às instituições (mesmo religiosas) que contribuíssem para a permanência das injustiças sociais: clero, organização política, literatura romântica, educação, economia.

  • Crença de que somente uma literatura com demonstrações da realidade pudesse ser levada à sério.

  • Detalhamento na narrativa: Detalhes eram fundamentais para a real percepção do mundo.

  • Contemporaneidade: as temáticas pertencem ao seu tempo, não valorizam mais o passado.



"O Primo Basílio"   - baixar obra

Eça de Queiroz

Capítulo I

CAPÍTULO I
Tinham dado onze horas no cuco da sala de jantar. Jorge fechou o volume de Luís Figuier que
estivera folheando devagar, estirado na velha voltair de marroquim escuro, espreguiçou-se,
bocejou e disse:
- Tu não te vais vestir, Luísa?
- Logo.
Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta,
bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado,
com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da cabeça pequenina, de
perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à
mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis
miudinhos davam cintilações escarlates.
Tinham acabado de almoçar.
A sala esteirada, alegrava, com o seu teto de madeira pintado a branco, o seu papel claro de
ramagens verdes. Era em julho, um domingo, fazia um grande calor; as duas janelas estavam
cerradas, mas sentia-se fora o sol faiscar nas vidraças, escaldar a pedra da varanda; havia o
silêncio recolhido e sonolento de manhã de missa; uma vaga quebreira amolentava, trazia
desejos de sestas ou de sombras fofas debaixo de arvoredos, no campo, ao pé da água; nas
duas gaiolas, entre as bambinelas de cretone azulado, os canárias dormiam; um zumbido
monótono de moscas arrastava-se por cima da mesa, pousava no fundo das chávenas sobre o
açúcar mal derretido, enchia toda a sala de um rumor dormente.
Jorge enrolou um cigarro, e muito repousado, muito fresco na sua camisa de chita, sem colete, o
jaquetão de flanela azul aberto, os olhos no teto, pôs-se a pensar na sua jornada ao Alentejo.
Era engenheiro de minas, no dia seguinte devia partir para Beja, para Évora, mais para o sul até
São Domingos; e aquela jornada, em julho contrariava-o como uma interrupção, afligia-o como
uma injustiça. Que maçada por um verão daqueles! Ir dias e dias sacudido pelo chouto de um
cavalo de aluguel, por esses descampados do Alentejo que não acabam nunca, cobertos de um
rastolho escuro, abafados num sol baço, onde os moscardos zumbem! Dormir nos montados,
em quartos que cheiram a tijolo cozido, ouvindo em redor, na escuridão da noite tórrida, grunhir
as varas dos porcos! A todo o momento sentir entrar pelas janelas, passar no ar o bafo quente
das queimadas! E só!
Tinha estado até então no ministério, em comissão. Era a primeira vez que se separava de
Luísa; e perdia-se já em saudades daquela salinha, que ele mesmo ajudara a forrar de papel
novo nas vésperas do seu casamento, e onde, depois das felicidades da noite, os seus almoços
se prolongavam em tão suaves preguiças!


Minissérie "Os Maias", da Rede Globo:










O Realismo no Brasil:

Início: 1881

Se por um lado o mundo progredia economic e tecnologicamente, por outro, aumentava o número de pobres nos grandes centros urbanos, motivado pelo industrialismo desenfreado. Nesse contexto surge o Manifesto do Partido Comunista, de Karl Marx e Karl Friedrich Engels, que motivou o Realismo a inserir na literatura temas que até então os realistas não tinham dado atenção:
a pobreza, a fome, a prostituição, o abuso sexual, entre outros.
O crescimento das igrejas protestantes também motivou conflitos na relação Estado-Igreja.
Com todos esses fatores, os escritores da época, movidos pelo desejo de causar transformações profundas no sistema inseriam nas obras os problemas sociais da população. 

A relação homem - mulher, de aura pura e sentimental cede lugar à relação em que homens estão interessados unicamente no aspecto sexual do relacionamento, as abusando e explorando.


O sentimentalismo desmedido foi posto de lado, cedendo lugar à visão racional e verdadeira dos fatos. (Luft, 1990, p. 575)

Principais características do realismo: 
  •  Verdade 
                  - Na apresentação dos fatos da vida; respeito aos diversos 'ritmos' dos acontecimentos;
                  - Na apresentação do caráter dos personagens; interpretação científica (psicológica) das emoções e problemas do homem, que atua como um ser vivo e dinâmico.

  • Objetividade
                   - Na maneira de encarar a vida, tal como ela é; o autor não permite que seus pontos de vista interfiram na livre ação dos personagens.
                   - Na forma de 'interpretar' a vida, buscando dar-lhe um sentido através dos fatos que se interligam.
                   - Na preocupação com a contemporaneidade - o momento presente é prioritário, e nele o ser humano, com seus conflitos e seu relacionamento com o ambiente que o cerca.

  • Técnica
                    - Na exploração dos detalhes e na reunião harmoniosa deles, criando o efeito fiel de uma realidade.
                    - Na retenção do tempo - nas minúcias dos fatos - na lentidão dos movimentos.
                    - Na escolha da linguagem espontânea, sensível, mais aproximada do real. (Luft, 1990)



Surge uma mentalidade determinista: tudo já está determinado, somos meros dentes de uma engrenagem, a vontade individual de nada adianta. Isso provoca uma certa descrença, um certo pessimismo, pois o homem se vê como produto da história, da raça e da sociedade. O sonho romântico vai ceder lugar à observação, ao desejo de documentar a realidade, como se o artista brincasse de cientista. O desejo de representar fiel e detalhadamente o real traz ao estilo o nome de realista. (Paulino, 1988)


O Realismo na Pintura:


A Fiadeira Adormecida - 1853 - Gustave Coubert

O Desespero (autorretrato) - Gustave Coubert
As Respigadeiras - Jean-François Millet

Descanso ao Meio Dia - Jean François Millet


O Realismo na escultura:


O Pensador - 1880 - Rodin

O Realismo na arquitetura:


Torre Eiffel, Paris, França



Principais autores do Realismo em Portugal:

Eça de Queiroz (1845 - 1900)
O Primo Basílio; O Mandarim; A Relíquia; Os Maias; A Ilustre Casa de Ramires; Correspondência de Fradique Mendes; A Cidade e as Serras; A Tragédia da Rua das Flores.

Antero de Quental (1842 - 1891)
Sonetos de Antero; Beatrice e Fiat Lux; Primaveras Românticas; Odes Modernas; Bom Senso e Bom Gosto; Sonetos Completos; Raios de Extinta Luz; Prosas

Cesário Verde (1855 - 1886)
A Débil; A Forca; Cadências Tristes; Deslumbramentos; Em Petiz; Flores Velhas; Heroísmos; Ironias do Desgosto; Lágrimas; Merina; Noite Fechada; O Sentimento dum Ocidental; Provincianas; Responso; Setentrional; Vaidosa.



Principais autores do Realismo no Brasil:

Machado de Assis (1839 - 1908)
Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó, Memorial de Aires

Raul Pompéia (1863 - 1895)
O Ateneu

Visconde de Taunay (1843 - 1899)
Inocência



Exercícios sobre o Realismo:


ENEM) Óbito do autor
(…) expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia – peneirava – uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova:
– ”Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isto é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.” (….)
1- Preocupação revolucionária, atitude de crítica e de combate;
2- Imaginação criadora;
3- Personagens fruto da observação; tipos concretos e vivos;
4- Linguagem natural, sem rebuscamentos;
5- Preocupação com mensagem que revela concepção materialista do homem;
6- Senso de mistério;
7- Retorno ao passado;
8- Determinismo biológico ou social.
II  – o retrato da vida pelo método da documentação, em que a seleção e a síntese operam buscando um sentido para o encadeamento dos fatos.
III – técnica minuciosa, dando a impressão de lentidão, de marcha quieta e gradativa pelos meandros dos conflitos, dos êxitos e dos fracassos.
Estavam casados havia três anos. Que bom que tinha sido! Ele próprio melhorara; achava-se mais inteligente, mais alegre … E recordando aquela existência fácil e doce, soprava o fumo do charuto, a perna traçada, a alma dilatada, sentindo-se tão bem na vida como no seu jaquetão de flanela!”
(Eça de Queirós, O primo Basílio)II- “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos.”
GABARITO 
(Adaptado. Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Ilustrado por Cândido Portinari. Rio de Janeiro: Cem Bibliófilos do Brasil, 1943. p.1.)
bras

Compare o texto de Machado de Assis com a ilustração de Portinari. É correto afirmar que a ilustração do pintor:
a) apresenta detalhes ausentes na cena descrita no texto verbal.
b) retrata fielmente a cena descrita por Machado de Assis.
c) distorce a cena descrita no romance.
d) expressa um sentimento inadequado à situação.
e) contraria o que descreve Machado de Assis.

2. (UFPR) Eça de Queirós afirmava:
“O Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para nos conhecermos, para que saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau na nossa sociedade.”
Para realizar essa proposta literária, quais os recursos utilizados no discurso realista? Selecione-os na relação abaixo e depois assinale a alternativa que os contém:
a)1, 2, 3, 5, 7, 8
b)1, 3, 4, 5, 8.
c)2, 3, 4, 6, 7.
d)3, 4, 5, 6, 8.
e)2, 3, 4, 5, 8.

3. Das características abaixo, assinale a que não pertence ao Realismo:
a) Preocupação critica.
b) Visão materialista da realidade.
c) Ênfase nos problemas morais e sociais.
d) Valorização da Igreja.
e) Determinismo na atuação das personagens.

4. Podemos verificar que o Realismo revela:
I   – senso do contemporâneo. Encara o presente do mesmo modo que romantismo se volta para o passado ou para o futuro.
Assinale:
a) se as afirmativas II e III forem corretas;
b) se as três afirmativas forem corretas;
c) se apenas a afirmativa III for correta;
d) se as afirmativas I e II forem corretas;
e) se as três afirmativas forem incorretas.


5. (FMTM) Assinale a alternativa em que se encontram características da prosa do Realismo:
a) Objetivismo; subordinação dos sentimentos a interesses sociais; críticas às instituições decadentes da sociedade burguesa.
b) Idealização do herói; amor visto como redenção; oposição aos valores sociais.
c) Casamento visto como arranjo de conveniência; descrição objetiva; idealização da mulher.
d) Linguagem metafórica; protagonista tratado como anti-herói; sentimentalismo.
e) Espírito de aventura; narrativa lenta; impasse amoroso solucionado pelo final feliz.

6. (Mack) Assinale a alternativa correta.
“Mas Luísa, a Luisinha, saiu muito boa dona de casa; tinha cuidados muito simpáticos nos seus arranjos; era asseada, alegre como um passarinho, como um passarinho amiga do ninho e das carícias do macho; e aquele serzinho louro e meigo veio dar à sua casa um encanto sério. (…)
a) A prosa realista, com intuito moralizador, desmascara o casamento por interesse, tão comum no século XIX, para defender uma relação amorosa autêntica, segundo princípios filosóficos do platonismo.
b) A prosa romântica analisa mais profundamente a natureza humana, evitando a apresentação de caracteres padronizados em termos de paixões, virtudes e defeitos.
c) A prosa realista põe em cena personagens tipificados que, metamorfoseados em heróis valorosos, correspondem à expressão da consciência e valores coletivos.
d) A prosa realista, apoiando-se em teorias cientificistas do século XIX, empreende a análise de instituições burguesas, como o casamento, por exemplo, denunciando as bases frágeis dessa união.
e) A prosa romântica recria o passado histórico com o intuito de ironizar os mitos nacionais.

7. (UEMG) Sobre o conteúdo e a estrutura do romance Dom Casmurro, todos os comentários das alternativas abaixo são coerentes e adequados, EXCETO:
a) Pela leitura da trama que orienta o enredo, o leitor é levado à conclusão de que o narrador-protagonista foi, de fato, traído pela sua amada, Capitu.
b) A reconstrução da casa no Engenho Novo para recuperação do espaço perdido em Mata- Cavalos não permite ao narrador a recuperação do seu passado.
c) O título do romance constitui uma referência irônica ao narrador e aponta o seu estado de conflito em relação ao passado.
d) A força da narrativa não se concentra no enredo, mas nas reflexões, digressões e na maneira ambivalente com que o narrador tenta reconstituir os fatos.

8. (ESPM) Assinale a opção que contenha trecho com a conhecida digressão metalinguística presente na obra de Machado de Assis:
a) Ora bem, faz hoje um ano que voltei definitivamente da Europa. O que me lembrou esta data foi, estando a beber café, o pregão de um vendedor de vassouras e espanadores: “Vai vassouras! vai espanadores!”.
b) Cuido haver dito, no capítulo XIV, que Marcela morria de amores pelo Xavier. Não morria, vivia. Viver não é a mesma cousa que morrer (…).
c) Rubião não sabia que dissesse; Sofia, passados os primeiros instantes, readquiriu a posse de si mesma; respondeu que, em verdade, a noite era linda (…).
d) Assim chorem por mim todos os olhos de amigos e amigas que deixo neste mundo, mas não é provável. Tenho-me feito esquecer.
e) Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros (…).

9. (PUC) Leia os trechos abaixo:
I- “Gastei trinta dias para ir do Rocio Grande ao coração de Marcela… “
As duas citações acima integram o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, escrito por Machado de Assis. Delas pode inferir-se que:
a) em ambas há igual manifestação da relação temporal e espacial.
b) apenas em uma há referência espacial geográfica e sentimental.
c) nenhuma apresenta discrepância semântica entre as relações espaciais.
d) ambas operam com a relação de tempo e de espaço.
e) nenhuma revela discrepância semântica entre as relações temporais.

10. Sobre o Realismo, assinale a afirmativa correta.
a) O romance é visto como distração e não como meio de crítica às instituições sociais decadentes.
b) Os escritores realistas procuram ser pessoais e objetivos.
c) O romance sertanejo ou regionalista originou-se no Realismo.
d) O Realismo constitui uma oposição ao idealismo romântico.
e) O Realismo vê o Homem somente como um produto biológico.


1. A
Comentário: Ao associar o texto e a imagem, percebemos algumas variações na descrição da cena, como por exemplo, a chuva. Os fortes traços na imagem demonstram a presença de uma chuva forte, enquanto que, no velório, o personagem Brás Cubas descreve a situação com uma chuva miúda, fraca. 

2. B
Comentário: Entre as informações analisadas, os únicos itens que não condizem com a estética realista são os números 2, 6 e 7. Uma das principais características do Realismo é o objetivismo e o compromisso com a realidade, desvinculando-se da imaginação e do senso de mistério. Ademais, como o realismo busca retratar as relações sociais do presente, o retorno ao passado seria incoerente ao movimento literário. 

3. D
Comentário: O movimento realista se desvincula de qualquer relação com os preceitos religiosos. O realismo possui um olhar crítico para as ações dos personagens, que são reflexos do ser humano.

4. B
Comentário: Todas as alternativas estão relacionadas ao movimento realista.

5. A
Comentário: A única alternativa correta é a letra A. As outras alternativas apresentam características de outras escolas literárias, como a idealização amorosa, dos personagens, final amoroso feliz e redenção pelo amor. Esses aspectos estão associados ao Romantismo.

6. D
Comentário: O realismo acrescenta um olhar crítico sobre as relações, principalmente sobre o casamento que, muitas vezes, é fragilizado por meio dos interesses de ascensão financeira. Na obra de Eça de Queiroz, a personagem Luisa vivia em um casamento ocioso, o que a faz procurar novos anseios e desejos, quando se tornará uma mulher adúltera.

7. A
Comentário: Não é possível concluir se, de fato, houve a traição de Capitu. A narração do narrador-personagem induz o leitor a pensar que sim, entretanto, pelo próprio narrador também atuar como personagem, apenas o seu ponto de vista é analisado dentro do enredo.

8. B
Comentário: Conseguimos perceber a metalinguagem na alternativa B, pois o narrador  retoma a ideias de uma capítulo que ele mesmo produziu. 

9. B
Comentário: Apenas no tópico I, o autor faz uma relação entre a distância espacial e sentimental. Já no tópico II, o autor faz uma referência temporal para expressar o tempo em que ele e Marcela ficaram juntos, baseado nos recursos financeiros de Brás Cubas.

10. D
Comentário: O Realismo rompe com todos os traços do movimento anterior, o Romantismo. Nesse sentido, busca abordar a realidade das relações amorosas e explorar críticas sobre as relações sociais.