Para Platão, o corpo (ou coisas) estaria separado da alma (onde ficariam as ideias).
Para Aristóteles (ponto de vista mais científico), todo o conhecimento começa pelos sentidos. O conhecimento estaria no espírito, utilizando o método intuitivo.
Já Santo Agostinho utilizou o método indutivo (dados particulares, suficientemente constatados, inferem uma verdade geral ou universal, não constando nas partes examinadas. O objetivo dos argumentos é levar a conclusões cujos objetivos são muito mais amplos que as premissas nas quais se basearam), registrando as suas próprias experiências mentais para entender os mecanismos da aprendizagem.
São Tomás de Aquino distinguiu as verdades científicas das religiosas, que, pra ele, o principal agente de aprendizagem é a atividade de quem aprende. Porém, na Idade Média, pensamentos como esse eram exceção, pois o que predominava era a ênfase na educação teológica e teórica.
Em seguida, outros pesquisadores buscaram comprovações científicas através de experimentos para justificar a aprendizagem e o desenvolvimento do homem. Entre eles: Bacon, Descartes e Locke.
Locke defende a concepção do espírito como uma tábula rasa. Suas ideias tiveram grande influência na Inglaterra, nos Estados Unidos e na Alemanha. Fez um trabalho precursor para Comenius, Fröbel e Pestalozzi. E a sistematização de muitas de suas ideias foi feita por Herbart.
Herbart (fundador da pedagogia como disciplina acadêmica) estabeleceu a doutrina da sistematização do ensino.
E Lloyd Morgan formulou a teoria de "ensaio e erro", que influenciou as teorias modernas, pois não acreditava apenas na percepção como responsável pela aprendizagem, mas na ação, ou seja, no comportamento.
No final do séc. XIX que as experiências com a aprendizagem começam a ser desenvolvidas. Hermann Ebbinglaus foi o primeiro pesquisador dessa área que buscou métodos para medir produtos da memória.
No Brasil Rui Barbosa traduziu um livro de Calkins com ideias sobre ensino e o apresentou à Câmara dos Deputados em 1882.
Posteriormente houve mais contribuições da Psicologia Pedagógica: Herbart, Binet, Thorndike, Claparéde, Piaget, Pavlov e Bechterev, Watson, Koffka, Kohler e Wertheimer.
Thorndike foi um dos primeiros a empregar animais em pesquisas, buscando entender os mecanismos de aprendizagem. Desenvolveu uma teoria da aprendizagem que se concentra no comportamento.
Mais atuais ainda temos nomes como K. Lewin, Freud, Adler, Jung, Fromm, Husserl, Scheler, Jaspers e Sartre, e ainda Skinner e J.S.Bruner.
Psicologia do Desenvolvimento
A psicologia do desenvolvimento busca descrever e explicar o processo do desenvolvimento da personalidade em termos de como e por que aparecem certos comportamentos.
Até pouco tempo as crianças eram tratadas como mini-adultos, participando das mesmas atividades dos adultos: trabalhavam, participavam de orgias, enforcamentos públicos...
Já no séc. XIX e início do séc. XX há uma preocupação maior com o estudo da criança e com a necessidade de estudo formal, mas ainda se aplicavam castigos severos a elas. No início do séc. XX Freud chocava o mundo com suas descobertas a respeito do desenvolvimento da personalidade da criança, constatando que certos acontecimentos vivenciados na infância eram os determinantes principais de distúrbios de personalidade na idade adulta. Então outros teóricos buscaram conhecer mais da criança e ela passou a ser vista de outra forma. A primeira destas linhas de estudo preocupou-se com as práticas da criação infantil e os traços de personalidade dos pais associados com o desenvolvimento da personalidade da criança. Atualmente, se estuda como e por que se dão as mudanças e como se dá o aprendizado.
Segundo Bock (1998) são 4 aspectos básicos do desenvolvimento humano:
- aspecto físico;
- aspecto intelectual;
- aspecto afetivo-emocional;
- aspecto social
4 fatores que influenciam o desenvolvimento:
- a hereditariedade;
- o crescimento orgânico;
- a maturação neurofisiológica;
- o meio
Psicologia da aprendizagem
Tem por objetivo:
"Explicar o mecanismo da aprendizagem e esclarecer a maneira pela qual o ser humano se desenvolve, toma conhecimento do mundo que vive, organiza a sua conduta e se ajusta ao meio físico e social." (CAMPOS, 1991, p.16)
Conhecimento: o processo
Aprendizagem: o resultado
Segundo Lomônaco,
"...a aprendizagem é a mudança relativamente estável num estado interno do organismo, resultante da prática ou experiência anterior, que constitui condição necessária, mas não suficiente, para que o desempenho ocorra."
Assim, aprender não significa apenas falar de um processo que ocorre dentro do âmbito escolar, mas também em todos os contextos em que o ser humano está inserido, afinal de contas, todas as nossas ações desde o nascimento até a morte estão pautadas para a aprendizagem.
Para alguns teóricos a aprendizagem pode ser um processo entre um estímulo e uma resposta; o ajustamento ou adaptação do indivíduo ao ambiente;
Para outros é um processo de reforço do comportamento;
Para alguns outros, um condicionamento de reações; um processo perceptivo que se dá a mudança na estrutura cognitiva.
"A aprendizagem é um processo pessoal, individual, ou melhor, tem fundo genético e depende de vários fatores, entre eles: da Saúde física e mental, da Motivação, do Prévio Domínio, da Maturação, da Inteligência, da Concentração ou atenção, da Memória..." (DROUET, 1997, p.17)
Como ocorre a aprendizagem
Para Drouet (1997), a criança deverá estar suficientemente amadurecida em três aspectos fundamentais para que a aprendizagem se efetive:
- intelectual;
- afetivo-social
- sensório-psiconeurológico
O aspecto intelectual diz respeito à idade mental da criança e da importância de estar amadurecida para receber as informações (não apenas idade cronológica).
O aspecto afetivo-social aborda as diferenças individuais. A diferença se dá pelas influências genéticas que recebem de seus pais, pelas influências bioquímicas de seu organismo, por estímulos do meio e todas experiências sociais desde o nascimento. É através dessas experiências que a personalidade é formada.
O aspecto sensório-psiconeurológico é o processo de uma criança para a aprendizagem em geral e depende de uma complexa integração das funções neurológicas, que precisam ser exercitadas para que amadureça, daí, a importância da estimulação.
- Comunicador: É representado pelo professor ou responsável pelo conhecimento, tem participação ativa no processo de educação, devendo estar motivado e ter pleno conhecimento da mensagem que irá transmitir.
- Mensagem: É o conteúdo educativo, que deve ser adequado à idade mental do educando, deve ser clara e precisa para ser bem entendida.
- Receptor: É o aluno, o qual deve ser um recebedor crítico do conhecimento.
- Meio ambiente: É o meio escolar, familiar e social, onde se efetiva o processo de ensino-aprendizagem. Este deve ser estimulador da aprendizagem e propício ao bom desenvolvimento do aluno.
Se um desses falhar, haverá um obstáculo que poderá causar problemas de aprendizagem, pois se trata de um processo contínuo e gradual, ou seja, vamos aprendendo pouco a pouco durante toda a vida, além do que cada indivíduo tem seu ritmo próprio de aprender.
A aprendizagem é um processo pessoal, individual, ou melhor, tem fundo genético e depende de vários fatores, entre eles:
- Dos esquemas de ação inatos do indivíduo;
- do estágio de maturação de seu sistema nervoso;
- de seu tipo psicológico constitucional (introvertido ou extrovertido);
- de seu grau de envolvimento, seu esforço e interesse;
- para satisfazer à sua necessidade biológica de exercício físico;
- ao ser estimulado pelos órgãos dos sentidos;
- ao sentir-se estimulada para a atividade mental, quando consegue resolver um problema;
- para evitar a punição dos pais, caso não apresente boas notas;
- por sentir necessidade de conquistar status social através de boas notas, pela admiração da família, dos colegas, etc. (DROUET, 1997)
Sete fatores fundamentais para que a aprendizagem se efetive:
- Saúde física e mental: Perturbações físicas, sensoriais ou nervosas podem se constituir em problemas de aprendizagem.
- Motivação: O interesse, o fato de querer aprender é a mola propulsora para que a aprendizagem ocorra.
- Prévio domínio: Domínio de certos conhecimentos, habilidades e experiências anteriores que a criança já traz de casa, de suas experiências no lar.
- Maturação: as etapas que se precedem sempre em uma mesma sequência, embora em tempos diferentes para cada indivíduo. Cria condições para que a aprendizagem ocorra.
- Inteligência: Capacidade de assimilação e compreensão das informações que recebe, de estabelecer relações entre várias dessas informações, de criar e inventar coisas novas, com base nas que já conhece; de raciocinar com lógica na resolução de problemas.
- Concentração ou atenção: Capacidade de fixar-se em um assunto. Da facilidade de concentrar-se no objeto do conhecimento, dependerá sua maior ou menor facilidade de aprender.
- Memória: Tudo o que é aprendido e transmitido a um outro centro nervoso, o da memória onde será armazenado, até que a criança tenha necessidade de utilizá-lo.
Outro fator imprescindível para a aprendizagem: a linguagem. Cordié lembra que da mesma forma que a criança estabelece laços ao nascer, posteriormente ela faz com palavras, em que uma palavra chama outra, com todos os seus significantes e significados.
A principal função da linguagem é comunicar ideias, mas também: (Mussen, 1995, p. 89):
Comunicação: Comunicar necessidades, estados internos e atitudes.
Compreensão da sociedade e cultura: Conhecimento do mundo, regras morais e normas.
Relações sociais: Estabelecer e manter relações sociais.
Categorias simbólicas: A linguagem permite formas mais simbólicas e abstratas de representar o mundo, o que compreende a essência do raciocínio humano.
O mecanismo da memória e o esquecimento!
Para Vygotsky, toda a matéria possui a capacidade de modificar-se e mudar a disposição das células, conservando alguns vestígios das mudanças. A ciência denominou essa característica de plasticidade. Assim, a plasticidade significa três propriedades fundamentais da matéria:
- a capacidade de mudar a disposição das partículas;
- a conservação das marcas destas mudanças
- a predisposição para repetir as mudanças
(VYGOTSKY, 2004)
Não há nada mais plástico de tudo que conhecemos na natureza que nossa matéria nervosa. Logo, entendemos a capacidade da memória, no sentido de acumulação e predisposição dos vestígios de mudança.
O nosso sistema nervoso desenvolve dois tipos de memória:
- Memória mecânica: conserva vestígio de reações repetitivas, produz as respectivas mudanças nas vias nervosas. Habilidades individuais, hábitos, movimentos e reações de que dispomos.
- Memória lógica ou associativa: formada por associações ou reações. Vínculos de reações acontecem quando uma reação acarreta necessariamente o surgimento da outra. Desse modo, existem três modalidades de associação:
- por semelhança
- por contiguidade
- por contraste
Todas as riquezas do comportamento surgem da experiência, sendo que uma experiência sempre nos reporta a outra, fazendo ligações do que já foi decorado e do que ainda cabe decorar ou aprender.
Vygotsky (2004) cita que a velha psicologia divide o processo da memória em quatro momentos:
Cabe lembrar que cada um desses momentos pode existir separado dos demais.
- Próprio esforço da reação, a existência de um vestígio nervoso deixado por um estímulo;
- Processo de memória, diz respeito ao que já foi experimentado, assim, já é conhecido;
- Momento de identificação, tomamos consciência da reação. Esta reprodução entende-se como uma reação já acontecida.
- Reação inteiramente nova, isto é, momento de localização do lugar e tempo, assim como do vínculo das circunstâncias nas quais se manifestou determinada reação.
Além disso, os psicólogos passaram a distinguir alguns tipos de memória, entre estas a memória visual, auditiva, motora, bem como as memórias mistas como as audiovisuais, ou viso-motora.
Conclusões pedagógicas tiradas da teoria dos tipos de memória consistem na regra que permite ao pedagogo usar na memorização diferentes vias. Quanto mais diversas são as vias pela qual a reação penetra no sistema nervoso, tanto mais solidamente ela permanece nele. É mais aceitável aplicar alternadamente todos os meios de memorização. (Vygotsky, 2004)
A memória das crianças não se desenvolve de imediato, pois na primeira fase da vida a criança é um ser do presente. Mais tarde a memória começa a desenvolver-se nas crianças, mas ainda assim a memória imediata é mais presente. A memória cresce e se desenvolve e segundo Melman (?) chega ao ponto máximo por volta dos 25 anos, começando a partir daí, seu declínio.
Artigo interessante - As idades da inteligência.
Segundo Vygotsky, é possível melhorar a natureza e a força da memória humana através da "ação educativa", que corresponde ao exercício e à educação, pois uma vez que a memória tem por base certa plasticidade da nossa matéria nervosa, é lógico que as potencialidades naturais da memória não podem ser aumentadas ou reduzidas por quaisquer outros meios senão aqueles que conduzem imediatamente ao relaxamento e a restauração do sistema nervoso.
Cabe lembrar que para ele, a memória pode ser sempre melhorada e reforçada, embora isso não signifique elevação da capacidade natural dela.
Quanto maior for o número de associações que dispomos, tanto mais fácil se estabelece uma nova associação, e consequentemente eleva-se a qualidade de nossa memória. (Vygotsky, 2004)
A memória funciona de modo mais intenso e melhor quando estão envolvidos certos interesses:
"...Entendemos o interesse como um envolvimento interior que orienta todas as nossas forças no sentido do estudo de um objeto." Sendo assim, o texto nos chama a atenção ao fato que a velha escola era anti-psicológica, pois não proporcionava interesse nenhum às crianças. E assim, "a experiência comprova que os resultados da memorização dependem, em enormes proporções da instrução dada no início da experiência. (Vygotsky, 2004).
Assim, o último elemento a orientar a memória é o que o autor chama de "colorido emocional", sendo explicado como a maior facilidade na memorização aos aspectos que envolvem os fatores emocionais.
Nesse sentido, a regra pedagógica básica é a existência de certa "emocionalidade" para por em prática o material pedagógico, ou seja, quando queremos enraizar os ensinamentos nos alunos devemos atingir os seus sentimentos. Assim causará a motivação.
O esquecimento é o desaparecimento de vínculos que se estabelecem como provisórios, é um fator biológico e psicologicamente útil em alto grau. A habilidade para esquecer o desnecessário é tão necessário quanto o estabelecimento de novos vínculos.
Para Drouet (1997) quem aprendeu pode esquecer por vários fatores, entre eles:
Tipos de aprendizagem (Campos, 1991)
Aprendizagem por condicionamento:
Consiste na aquisição de uma reação por estímulos. Nesse tipo de aprendizagem não é necessário a compreensão do aluno, sendo uma forma irracional de aprendizagem.
Aprendizagem por imitação:
Esse tipo de aprendizagem ocorre quando a criança reproduz, ou tenta, o comportamento e as ações de alguém.
Aprendizagem por ensaio e erro:
É uma aprendizagem de comprovação de hipóteses na tentativa de solucionar o problema. Caracteriza-se pela percepção incompleta entre meios e fins. A aprendizagem por ensaio e erro resulta no insight. Quando o problema é de muito difícil solução, a pessoa tentará resolver por esse meio.
Aprendizagem por insight:
É a aprendizagem mediante a compreensão da situação, o que depende da percepção que a pessoa tem, pois somente quando o indivíduo consegue perceber todas a relações e as possibilidades de uma situação, ele compreende a situação, tendo uma compreensão imediata.
Esse tipo de aprendizagem é dinâmico, interpretativo e, com isso, inteligente.
Nesse sentido, a regra pedagógica básica é a existência de certa "emocionalidade" para por em prática o material pedagógico, ou seja, quando queremos enraizar os ensinamentos nos alunos devemos atingir os seus sentimentos. Assim causará a motivação.
O esquecimento é o desaparecimento de vínculos que se estabelecem como provisórios, é um fator biológico e psicologicamente útil em alto grau. A habilidade para esquecer o desnecessário é tão necessário quanto o estabelecimento de novos vínculos.
Para Drouet (1997) quem aprendeu pode esquecer por vários fatores, entre eles:
- Pela fragilidade ou deficiência na aprendizagem
- Pela tentativa de evocação do fato memorizado, através de um critério diferente do utilizado. Isso quer dizer que o professor deve apresentar a informação de diversas maneiras.
- Pelo desuso da informação.
- Por um componente emocional que também pode prejudicar a memorização e concentração. (ex. ansiedade)
Tipos de aprendizagem (Campos, 1991)
Aprendizagem por condicionamento:
Consiste na aquisição de uma reação por estímulos. Nesse tipo de aprendizagem não é necessário a compreensão do aluno, sendo uma forma irracional de aprendizagem.
Aprendizagem por imitação:
Esse tipo de aprendizagem ocorre quando a criança reproduz, ou tenta, o comportamento e as ações de alguém.
Aprendizagem por ensaio e erro:
É uma aprendizagem de comprovação de hipóteses na tentativa de solucionar o problema. Caracteriza-se pela percepção incompleta entre meios e fins. A aprendizagem por ensaio e erro resulta no insight. Quando o problema é de muito difícil solução, a pessoa tentará resolver por esse meio.
Aprendizagem por insight:
É a aprendizagem mediante a compreensão da situação, o que depende da percepção que a pessoa tem, pois somente quando o indivíduo consegue perceber todas a relações e as possibilidades de uma situação, ele compreende a situação, tendo uma compreensão imediata.
Esse tipo de aprendizagem é dinâmico, interpretativo e, com isso, inteligente.
Aprendizagem por raciocínio:
Consiste na aprendizagem por encadeamento mental de conhecimentos, indo dos mais simples aos mais complexos.
Dificuldades de aprendizagem (DA)
Atingem cerca de 5% da população atual do Brasil.
Consiste na aprendizagem por encadeamento mental de conhecimentos, indo dos mais simples aos mais complexos.
Dificuldades de aprendizagem (DA)
Atingem cerca de 5% da população atual do Brasil.
Se trata de um obstáculo, uma barreira, um sintoma, que pode ser de origem tanto cultural quanto cognitiva ou até mesmo emocional. É essencial que o diagnóstico seja feito o quanto antes, uma vez que há consequências em longo prazo.
São caracterizadas pela discrepância entre o que a criança deveria ser capaz de fazer e o que ela realmente consegue fazer, sendo comum o baixo desempenho escolar.
As principais dificuldades de aprendizagem podem afetar a percepção visual, a linguagem, a coordenação motora, o raciocínio lógico, a capacidade de atenção, imaturidade social. Em grande parte dos casos há pequenas dificuldades que passam despercebidas em casa, mas com a inserção da criança na escola causam um impacto no desempenho da criança.
As principais dificuldades de aprendizagem podem afetar a percepção visual, a linguagem, a coordenação motora, o raciocínio lógico, a capacidade de atenção, imaturidade social. Em grande parte dos casos há pequenas dificuldades que passam despercebidas em casa, mas com a inserção da criança na escola causam um impacto no desempenho da criança.
Para Cordié, a debilidade leve é gerada pelo ambiente escolar. Em seus estudos, ela cita que nunca há uma causa única para o fracasso escolar; há sempre a conjunção de várias causas que, agindo umas sobre as outras, interferem na aprendizagem, sendo que uma dessas interferências é o meio sócio-cultural desfavorecido, onde existe pouco ou nenhum espaço para o investimento cultural, além de certo desinteresse pelas atividades escolares das crianças. As crianças terão que contar apenas com a escola para se familiarizar com os ensinamentos; como muitas vezes não consegue, sente-se fracassada e inicia um processo de exclusão, de rejeição e de vergonha. Essa criança, entre sentir-se diferente dos outros, pobre, feio, etc., prefere ser malvado. Isso ocasiona a revolta e os problemas comportamentais na escola.
Algumas crianças desencadeiam medo pelo professor, ou acontecem estados regressivos devido ao nascimento de um irmão, divórcio dos pais, hospitalização, morte de parentes, etc.
Há três hipóteses de saída encontrada pela criança nesses casos:
- A primeira hipótese: a criança não fica passiva, ela reage em consequência da exclusão que sofre. Ocorre distúrbios de comportamentos. Procura compensar seu fracasso sendo, por exemplo, o "palhaço" da sala. A condenação que recairá sobre ela a levará ao sentimento de injustiça, que reforçará mais o sentimento de revolta. Isso poderá estender-se até uma atitude de rejeição social e marginalização, tornando-se um ciclo vicioso.
- A segunda hipótese: A criança aceita seu fracasso, conformando-se com seu sofrimento e se identificando em ser o mau aluno, numa posição masoquista. Será rotulada como débil e, o que era apenas uma deficiência, será agora parte de suas características.
- A terceira hipótese: tudo se acomoda, pois o sistema escolar está mais flexível. Algumas escolas estão mais abertas para que cada um tenha seu ritmo e seu tempo necessário, dando mais liberdade à aprendizagem, favorecendo a integração entre a criança e o sistema.
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